Voltar à seção História Voltar à Página Principal

PAULO BOB, ROBERTO CANAZIO E CIDINHA CAMPOS: TRÊS RADIALISTAS DA FASE ÁUREA DA MANCHETE AM

Escrito em 11 de março de 2012 por Marcelo Delfino para o portal TVs do RJ.

A Manchete AM 760 teve sua origem em Niterói. Entrou o ar nos anos 60, como uma rádio rock: a Federal AM. Esta acabou em 1973, dando lugar à Manchete AM do grupo Bloch.

Quando integrou o grupo Manchete, esta rádio fez história, com comunicadores populares, como Paulo Bob, Roberto Canazio, Kléber Sayão, Alexandre Ferreira, Marcos Fraga, Mário Belisário, Evil Mendonça, Edmo Luiz, Marcelo Figueiredo, Ricardo Campello, Jair Lemos, Cezar Severo, Rodolfo Paul, Carlos Sigelmann e Cidinha Campos, esta mais recentemente.

A falência do grupo Bloch levou junto a Manchete AM, que passou os anos 90 à míngua. Curiosamente, foi esta a fase da rádio que mais conheci e mais curti, principalmente de manhã.

Três radialistas da Manchete AM me chamavam mais a atenção, no auge da Manchete, que durou até o arrendamento para o empresário Jair Marquesini em meados da década de 1990.

O primeiro foi o lendário Paulo Bob, que chegou na emissora tão logo a Federal AM deixou de ser rádio rock. Paulo Bob sempre foi um excelente radialista. Era bom ouvi-lo, por mais que ele tocasse várias músicas popularescas.

O segundo foi Roberto Canazio, que ouvi pela primeira vez na Manchete AM. Quando não ouvia o programa do Mestre Haroldo de Andrade na Rádio Globo, estava conferindo o programa do Canazio, principalmente no horário dos debates, que tinham uma organização diferente dos Debates Populares do Mestre Haroldo. Naquela época, Roberto Canazio era um radialista 100% independente, sem as amarras que acabaria enfrentando anos depois na Super Rádio Tupi, esta sempre favorável ao governo do Estado, sempre impedindo críticas à gestão do governador ou governadora, seja quem for.

A terceira radialista é a atual deputada estadual Cidinha Campos (PDT). Historicamente ligada ao brizolismo (o trabalhismo escorado na figura do ex-governador Leonel Brizola, um campeão de votos até a eleição de 1990). Cidinha adotou esta linha política principalmente depois que rompeu politicamente e profissionalmente com as Organizações Globo, onde fôra repórter do Fantástico, da Rede Globo. Por algum tempo, acumulou a carreira de radialista (seus programas tiveram o mesmo nome: Cidinha Livre) com a de deputada federal e, mais tarde, estadual. Cidinha passou a adotar uma linha independente dos governadores do Rio de Janeiro que vieram de 1995 a 2006. Hoje é defensora ferrenha do atual governador Sérgio Cabral Filho. E uma defensora mais ferrenha do que havia sido com Brizola. Como Canazio, Cidinha também deixou a Manchete, rumo à Tupi AM, mas voltou à Manchete (já decadente), alguns anos depois. Atualmente trabalha apenas como deputada estadual. Recentemente perdeu seu programa na Band, programa que também tinha o nome Cidinha Livre e marcou seu retorno à TV após deixar a Rede Globo e após uma breve passagem pela CNT, na década de 1990.

Oportunamente, retornarei com mais comentários sobre o passado e o presente da rádio Manchete AM.

Voltar ao Início Voltar à seção História Voltar à Página Principal